terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Premio UFF de Literatura 2008

No Próximo dia 19, às 19 horas, minha poesia estará concorrendo ao premio UFF de Literatura 2008. Espero encontrar os amigos no teatro da UFF.


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Notas

Minha reta no infinito sonha
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Lá encontrar a paralela.
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Recorre triste o caminho dela
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Solitária na canção.
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Se ao menos um acorde
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Me enganasse o violão...
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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Entre Parênteses

(Um Parêntese apaixonou-se...

... Pelo outro, que estava longe)

(Da linha de cima...

... Espiava a de baixo)

(Na esquerda da página...

... Paquerava o fim da margem)


Segredinho: ( é triste o amor distante)
Outro segredo : (são as palavras que separam os amantes)

Um dia, o Parêntese de cima...

... Fugiu de sua linha)

O Parêntese de baixo...

... Perdeu a serventia.

Veio o Ponto final.
Para onde foram os Parênteses?

A Vírgula disse que não viu nada,
O Ponto disse que nada viu.
Só os Dois Pontos cochicharam para o Travessão:
_
Quando perguntamos onde estiveram
Um dos danadinhos sorriu

: )

Educação na feira

_ Com licença... Hei! Com licença quanto é?
_ Hein?
_ Com licença...
_ Tá três Real.
_ E o... Por favor?
_ Por favor tá mais caro hoje. Quatro Real.
_ É bem feito?
_ Por favor? Bem feito!
_ Obrigado?
_ Obrigado também tá quatro Real.
_ Obrigado, então, quero três. Embrulha pra mim também cinco por favor.
_ E com licença?
_ Com licença não... Não gostei da cara dele.
_ Pronto... Aqui está!
_ Valeu!
_ Tranquilo...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Novos Ditados

Ditado (im)popular da semana (com direito à reforma ortográfica do português!):
"Quem não deve, não trema"

terça-feira, 9 de setembro de 2008

A Rita

Durou menos de 1 minuto. Saí do hotel sozinho pra desvendar um pouco mais a cidade da Chapada. Não lembro do céu. Sei que fazia frio... Não tinha levado casaco para a viagem. Trinta passos depois, acho que no início da praça, a velha foi direto na minha mão. “Rita Rezadera, fio. Passe lá em casa, viu? Vô te rezá. Ali na casa azul dali, ó, perto da igreja. Todo muno conhece. Passa sim, fio. Rita Rezadera. Te rezo... É de graça, viu?
Tava de azul e verde, mas acho que todas as cores cabiam naquela pele. Levava um lenço na cabeça e me olhou fundo, as mãos duras, cobertas de calos. Agradeci, mas não fui na casa azul. Não precisava mais.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Querias saber do Poeta...

O poema é parte de uma porta
Que só abre quando a tua arte
Cria por pensamento um encaixe
Impreciso e, por isso, transborda.

É na imprecisão que a palavra mora.
Adiante, na disputa do desequilíbrio,
Pendem sete sentimentos por um fio
De sorte nas mãos de quem joga.

Por isso temo, e, só assim, transbordo.
O poema nasce como um acordo
Selado ante a felicidade e o medo.

Sabe-se que tudo – um dia – morre:
Eu, você... Toda menção de aconchego...
Como dói sabê-lo... Escrevo.

Ascensão

Quase seis da tarde. O sol resolveu dar uma última espiadela no Paço Imperial. Passa por ali uma jovem executiva - a sombra comprida ao chão... - de saia bege, mas que poderia ser azul. Vai ziguezagueando árvores, contornando gentes amarradas ao mármore. O anoitecer espera filas cansadas para as barcas.
A jovem vê sem ver o estudante a mirar sua boca, o moleque a paquerar sua bolsa, a secretária a salivar suas coxas. Depois do viaduto, desprende-se do chão; os saltos firmes nos pés livres. Sobe ligeira pelas brisas, vê de cima as árvores tranqüilas, de costas para o engarrafamento na Perimetral. De lá, continua a subir... Some com o fim do dia.
Da Praça XV a multidão olha sem crer – atônito céu de Setembro. Mas, novamente de cabeças baixas, seguem bovinamente pelas catracas.

sábado, 23 de agosto de 2008

Sobre o amor e indivíduos ou Tristão e Isolda

O homem nasce pelo amor.
Rebaixado de todo heroísmo,
Volta-se como prisioneiro
Insolúvel de si mesmo.

É ali que procura o outro.
De reminiscências da memória
Ou nas invenções que permite
A criatividade momentânea.

Tudo se projeta internamente,
Em ilusão limitada e míope
Dos reflexos que vem de fora.

Mas, é apenas no íntimo sentido
Que surge o amor do indivíduo,
Onde se forma a verdade humana.

Incêndio

Alexandria nos meus olhos, queima
Uma pira de livros e poemas.
Tardes e noites em pó de cinzas
Sem intervalos, noites e dias...

Na voz do vento o verso cala.
Todo o sentimento vai... vai...
Vai embora por estradas de ar
Que assobiam... Até nunca mais...

No esteio de algum horizonte,
Talvez os retalhos se encontrem
Na forma de um eco vibrante

E na cor de outros olhos, queimem
Amarelos e vermelhos, poemas novos
E novas despedidas, eternamente.

Apresentação

A sala é um retângulo mal humorado de cadeiras vermelhas – uma grande boca. Na mesa, quatro tremeluzentes bandeirantes: um luso-coreano a equilibrar a cabeça, uma morena-loura saída da cadeia, uma manicure-de-interior-quase-bárbie e, no centro, o herói desta petite histoire – o Marinheiro.
Do outro lado da opressão, nos dentes da grande boca, meio abertos, meio fechados, ruminamos o almoço – sono.
Enquanto a loura-morena fala megafônica o recorte do fragmento de um pensamento fragmentado, entra, por um dos vértices do retângulo, a pequena Apache - sólida sobre seus tênis.
O que faz tudo isso relevante, especial, é que no centro da mesa o Marinheiro afoga os lábios, tenta segurar o resumo de uma alegria genuína: _ Aí está ela!
Eu, voyeur, fotógrafo no olhar, caminho pelo retângulo paralisado e vejo toda a imensa boca nos sorrir em sentimento. Agora sim, podemos continuar.
Atendendo a pedidos, posto aqui o material que saiu na Revista Nova Escola de agosto sobre o meu trabalho com o Projeto Douradinho. Para quem quer conhecer mais é só entrar no site http://www.projetodouradinho.com.br/. Inté!

Incentivar o hábito de ler entre alunos da rede pública e ainda fazer da literatura um instrumento de educação ambiental. Esse foi o mote do Projeto Douradinho, que teve como ponto de partida o livro Amiga Lata, Amigo Rio, escrito pelo jovem autor fluminense Thiago Cascabulho e ilustrado por Gilberto Cortes. O enredo tem como personagem principal um peixe cascudo, que vive em um rio poluído. Quando uma lata dourada se prende à sua nadadeira, ele ganha o apelido de Douradinho. Na ficção, a dupla conhece as causas da degradação ambiental e aprende a combatê-la. Com seu apelo instantâneo no imaginário infantil, Douradinho extrapolou os limites da literatura e nadou para fora da obra. Entre abril e junho passados, sua saga foi tema de 61 palestras em escolas municipais e estaduais de Goiás, Maranhão, Bahia, Tocantins e Distrito Federal.
A iniciativa é inovadora por trazer a combinação de três questões fundamentais ao debate no século XXI: democratização da cultura, preservação ambiental e responsabilidade social. Idealizado pela Caraminholas Produções, o projeto serve com exemplo de bom uso da Lei de Incentivo à Cultura (Rouanet). Um total de 10.000 exemplares do livro e 4.500 projetos pedagógicos foram distribuídos a escolas públicas, com patrocínio da Terna Participações, empresa italiana que atua no setor de transmissão de energia. Através de um cartão postal em branco entregue nas palestras, 35.000 crianças saíram da condição de leitor e transformaram-se em agentes criativos. Após o contato com o autor, elas expressaram suas idéias e ganharam voz na luta pela preservação da natureza.
A cada etapa, o Projeto Douradinho foi documentado no site http://www.projetodouradinho.com.br/, que já mostra ser uma importante janela no intercâmbio de conhecimento. Estão lá fotos, notícias e um diário do autor em suas viagens país afora. O livro também está disponível para download, mostrando que a internet pode funcionar como ferramenta para viabilizar a literatura infantil. Durante e depois das palestras, a crescente participação de estudantes e o engajamento de educadores fizeram crer que o pequeno peixe deverá nadar por muitos outros lugares, criando uma nova consciência ecológica. “É emocionante ver o interesse dos professores e a interação dos alunos com o projeto”, conta Cascabulho, que foi saudado com faixas e cartazes em cidades que visitou.
O autor, aliás, desponta como nome promissor de sua geração. Tem 27 anos e escreveu Amiga Lata, Amigo Rio com apenas 19. Antes de viabilizar a publicação do livro, seu personagem foi tema de palestras sobre meio ambiente e oficinas de literatura no Rio de Janeiro, virou peça de teatro e fez uma participação na programação infantil Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP. A experiência de viajar pelo Brasil com o Projeto Douradinho, porém, fez Thiago se deparar com lições reais de criatividade e preservação, caso de um músico baiano que transforma latões em flautas, uma bibliotecária que dá palestras para incrementar o baixo índice de leitura na pequena Ibicoara (BA) e um mutirão que transformou um terreno baldio em jardim, na cidade de Imperatriz (MA). “Acho que aprendi muito mais que ensinei”, diz Thiago, que ainda acredita ver seu personagem nadar em outras águas.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Dia do Elefante

Foi a tia que me acordou (acordou?). Depois, o banheiro que será de azulejos desenhados e o tapete de bolinhas. O único fato é a espuma nos pés. Marcante o prazer de te lavarem as dobras dos dedos... Depois, meticulosamente me penteiam os cabelos de lado. E falam, e falam. Eu só sei que é branco o armário (sei?).

Outra vez na rua (outra vez?), que está cheia. Vou carregado... O pensamento finge um vôo (finge?). O circo está ali. Depois, dou risada com alguma coisa... E falam, e falam. Me apontam um palhaço puxando uma corda. Era um palhaço? Não, o palhaço vai ser depois da lona desbotada.

Cheiro de serragem pela primeira vez (foi?). Na outra esquina, depois do prédio que vai ser amarelo, no terreno vazio, pessoas olham. E falam, e falam. Vou chegando por cima...
Lá no fundo, no fundo, fundo: o Elefante. Enorme. Ele mastiga cana de açúcar. Mastiga. E olha para mim. Olha.

De volta para casa, caminho de mãos dadas. Pertinho, um carro encosta na calçada. Era o pai de embrulho no colo.
Minha irmã.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Getulinho Filé de Borboleta

A mãe deu o nome de Getúlio, Getulinho. Pouco depois era Getulinho Filé de Borboleta, pela magreza. Com o tempo ficou mesmo só Filé.
Filé já me fazia levitar antes da concepção. Isso não significa que era humorista, palhaço ou cínico. Tinha daquelas almas leves, do barro mais fino. Uma raridade.
Como você não pode duvidar de mim, conto sem vergonha: Filé saiu de um parto sem dor, às gargalhadas. A parteira, espantada, gritou – Assombração! Até eu fiquei preocupado e olhei para os lados, sem nada ver, claro. Foi a primeira peça que Filé me pregou.
Fato triste, mas, quando a mãe viu o bebê sapeca, sorriu o mais belo sorriso e disse, antes de morrer de alegria: Getúlio! Getulinho! E morreu. De alegria. Mas morreu. Mesmo.
Na época das fraldas foi criado por um grupo de maritacas, as solteironas do lugar. Falou rápido, e sua primeira palavra foi – Sorvete!, acompanha de um beijo na propaganda da TV.
Com sete anos foi pego colando na escola. No pequeno papel, a tabuada do 8... mas a prova era de português. Getulinho não era burro, mas tinha um medo tão terrível de números, que nunca conseguiu sair do segundo ano.
Pelo resto de sua vida nunca teve casa certa, pelo menos que eu saiba. Filé conseguia driblar minha onipresença e onisciência... Ou melhor, confesso que me permiti esse mistério.
Fato que Getulinho Filé de Borboleta era propriedade da cidade. Passava os dias aqui, acolá, ora na padaria da praça, ora na oficina mecânica, ora no armarinho comercial etc. Todos queriam sua companhia, mesmo que ficasse apenas quieto, escutando - uma raridade, claro.
Mesmo não freqüentando a sala de aula, vira e mexe estava na escola, na biblioteca. Filé devorava os livros para depois contar as aventuras para as pessoas. Me peguei desconcentrado do trabalho várias vezes só para escutar o Filé. Eita peste! Sabe aquela Tsunami? Foi Getulinho falando o Dom Quixote.
Nunca trabalhou. Nunca teve um emprego. Não precisava de dinheiro, comprar sapatos, roupa, relógio - aliás, Filé nunca perguntou - Que horas são? - ou comida. O magricela andava sempre arrumadinho, limpinho e de barriga cheia. Mas também não era vagabundo. A cidade sabia pagar, a seu modo, por sua função.
Não teve namoradas. Filé, como bem coletivo, era de todas as ruas e casas. Exercia uma paixão secreta, uniforme, contínua, sem rompantes, sadia. Uma paixão sem necessidade de apaixonados.
Portanto, não teve filhos. Mas não foi apenas uma criança que chamou – Papai!, ao ver Getulinho passar. Na minha eternidade, uma pontada de inveja – inveja branca, claro – por tamanha aceitação.
Morreu velhinho, no dia 25 de dezembro, outra de suas pegadinhas. Foi o Natal mais quente em 2.000 anos.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Carta

Prezada Doutora,
Lamento os meses de ausência. Garanto que não foi por fuga ou negligência com suas indicações. Estive realmente distante, partido em muitos, passado em um prisma qualquer, talvez a apatia... Pergunto-me se não seria tudo isso conseqüência do tratamento. Só agora sinto os dedos formigarem.
Em resposta a sua pergunta, fique tranqüila. Não tenho mais tormentos de sono. Agora durmo noites sem histórias. No entanto, quando acordado, sinto soar em mim a velha canção tal qual um mantra de fogo, que se reconstrói dia-a-dia, sempre inacabado e pedindo mais - Pássaro dos infernos!
Só ontem entendi o que quis dizer com “projeção”. Lamento concordar.Mas, se esta é a realidade que tenho... As reticências são um alívio! Só Deus sabe das minhas represas. Só ele! Vê-se que ainda estou aprendendo a conjugar novos verbos.
“Todo en ti fue naufragio!”, como você diz. Que a palavra seja – sempre – a única recompensa dos afogados.
Lembranças
Seu paciente

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Chorinho para Eurídice

O primeiro acorde da Lira insiste
Para delírio dos meses... Eurídice...
Em um inferno sem nenhum poema
Foi contigo morar a minha pena.

E mesmo não sentindo ao peito
A minha mão como se fosse tua,
Compartilho teu lamento como meu
Entre as sombras frias da loucura.

Mas sofre, então, de sentimento,
Que com razão a vida é sempre dura.
Recolhe na tua raiva o meu alento.

E, quando no vazio descobrir-se ausente,
A tristeza talvez permita uma pergunta:
Na vida qual amor não é presente?

Glória

Sempre é difícil sair da Glória. Onze e meia da noite, garoa fina. Isso já tem cara de crônica. O bar do Zé ficou com os abraços dos amigos na última esquina. Vou de cambaleante pensamento para a praça XV. É bom caminhar. Adiante, catadores de papel estão reunidos em comício. Mas não escuto. Sigo.
Se soubesse pintar, seria impressionista. Deixei meus óculos em casa. Só quero ver o necessário. E, na noite, pouca coisa é necessária. Dois ou três mendigos roncam na marquise da padaria. Um bêbado e um louco passam, quase desapercebidos. E as ruas, tão silenciosas de ruídos! Noite calma... Sigo.
E sigo de pensamento fundido na noite. Não existem mais abrigos da chuva. Chego na Lapa como chega um bandido. O casario dorme, os bares dormem. Tudo, todo o bairro parece vazio. Um vira-latas me olha de esguelha e foge. Se estivesse pouco mais escuro o teria confundido comigo.
A Cinelândia é uma miragem. Caminho ainda mais lento, e presto pouca atenção, ainda menos atenção em mim mesmo. No meio da praça, um ambulante pede dinheiro para o ônibus. Meus dois reais viram um par de brincos. Ah! Será que ninguém pode fugir da realidade ao menos?
Na distancia Mariza Monte canta. Mas Deus não dá resignação. Mudo o passo, apressado. Cruzo a praça, piso com força a rua, olho mau-humorado para a calçada vazia, e chego com raiva ao Paço. Tudo muda. Uma barca espera na estação. E corro desesperado, sem necessidade alguma.
A baía parte na barca, mar verde de caldo de cana. Lembro do olhar de minha mãe, aquele olhar de raiva que ela tinha. Raiva, depois culpa. Depois ternura. Penso que talvez eu tenha lhe herdado a loucura. Range um barco em mim, um desconforto de madeira...
Não choveu por aqui. As ruas de Niterói estão quentes e secas. Perco a pressa, esqueço do ônibus e sigo pesaroso o caminho da orla. Sem pudor, emaranham-se debaixo da construção dois casais. O cheiro do amor chega pelos ouvidos. Sim! Gemem! A noite só delira para quem ama.
Menos de um quilômetro dali, na Cantareira, escuto um batuque de samba. Talvez um conhecido me encontre... O bar está cheio, amarelo de lâmpada fraca. No violão e no pandeiro, é aquela do Chico que cantam... Mentira. Sou eu que canto aquela. Ali, o samba é outro. Melhor ir embora.
Por dentro da cidade, os prédios tristes, apagados. No cruzamento, dois garçons reclamam da vida. Uma esquina depois, na subida do morro, os vigilantes escutam no rádio os comentários. E ali, quase do lado, mais uma vila condenada pela especulação imobiliária. A cidade não tem memória.
E a minha memória? As pernas doem... É bom caminhar e esquecer. Sempre achei o mar de Icaraí um pouco sarcástico comigo. Calmo. O mar está calmo. Em mim, uma ressaca que nem sei. A minha rua parece infinita. Mais três quarteirões e tudo termina. Não. A noite termina. A noite.