segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O desemprego da Trema

Acabou a tranquilidade da Trema.

Não aparecia com frequência,
Não batia mais ponto na repartição...

Alcaguetaram para a Gramática que,
Sem pensar nas consequências,
Expulsou a Trema da Pontuação.

Até de delinquente chamaram a coitada!
Ela não teve direito de arguir nada...

Depois, tentou concurso para reticências,
Mas não passou por um ponto.

Hoje, anda por aí desmilinguida da vida.
Quer morar na Alemanha, mas o voo para lá é caro.
Aliás, aí está outro fato sem nenhum nexo:
Demitiram da companhia o melhor piloto Circunflexo.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um defunto inusitado

Meu HD morreu ontem. Ele foi colocado em uma caixinha velha de papelão e enterrado em outra caixa – também de papelão – entre entulhos há tanto esquecidos. Como você pode notar, o funeral não foi grande coisa.
Levou consigo uma infinidade de arquivos tolos, poemas, textos avulsos, rascunhos de cartas, projetos, histórias por acabar, uma tonelada de MP3 e fotos, muitas fotos. Deixou herança miúda... Uma pensãozinha salafrária, e só.
O mais interessante disso tudo - e é o que vale esta crônica – foi a minha total indiferença. Mais de 10 anos de vida digital jogados no armário de vassouras e... Nada. Até arrisco a confissão de uma pontada de alegria.
Você, que é otimista, pode até dizer que essa alegria vem da vontade de viver, de trocar o passado apagado pelo futuro a construir. Afinal, não existe troca melhor, né verdade? Já para o pessimista... Bem, o pessimista vai apostar que esta alegria vem da vontade mórbida por anulação. É o prazer que vem no deixar-de-ser.
Eu sinceramente não sei para que lado a moeda vai virar, e ponto. (final?)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Velho da esquina

É na esquina da São José:
_ Abridor de coooooco!
Triste ouvi-lo dizer...
Pernas rotas.
Um abridor de coco,
quem compra?
Há tristezas que passam.