Quase seis da tarde. O sol resolveu dar uma última espiadela no Paço Imperial. Passa por ali uma jovem executiva - a sombra comprida ao chão... - de saia bege, mas que poderia ser azul. Vai ziguezagueando árvores, contornando gentes amarradas ao mármore. O anoitecer espera filas cansadas para as barcas.
A jovem vê sem ver o estudante a mirar sua boca, o moleque a paquerar sua bolsa, a secretária a salivar suas coxas. Depois do viaduto, desprende-se do chão; os saltos firmes nos pés livres. Sobe ligeira pelas brisas, vê de cima as árvores tranqüilas, de costas para o engarrafamento na Perimetral. De lá, continua a subir... Some com o fim do dia.
Da Praça XV a multidão olha sem crer – atônito céu de Setembro. Mas, novamente de cabeças baixas, seguem bovinamente pelas catracas.
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