terça-feira, 23 de junho de 2009

Cantos de Euclides na FLIP (divulgação)

*Foto de ensaio do dia 21 de julho

As ruas de Paraty se transformam em palcos para homenagem teatral ao centenário da morte de Euclides da CunhaPoesias e canto em meio à literatura vão movimentar as ruas de Paraty na noite do dia 3 de julho, sexta-feira, durante a 7ª Edição da Flip - Festa Literária Internacional de Paraty. Desdobramento do livro Quatro Cantos de Euclides, do barramansense Thiago Cascabulho, o espetáculo teatral Cantos de Euclides vai representar e relatar quatro fases da vida do escritor Euclides da Cunha, cujo centenário de morte é completado em agosto deste ano.


Quando o relógio marcar 21 horas e 30 minutos, as principais ruas de Paraty serão tomadas por quarenta artistas - entre atores, músicos, dançarinos - que seguirão em procissão em meio ao público, que poderá optar por interagir ou apenas contemplar a homenagem. Serão cinco paradas/etapas. Cada uma representa uma fase da vida e obra do autor de Os Sertões.O show se inicia em frente à Igreja do Rosário, com o maculelê que apresenta os personagens. Em procissão, elenco e público partem para frente da Casa da Cultura, onde uma roda de samba – que conta os primeiros anos do militar e engenheiro Euclides – aguarda. Em seguida, todos são levados até a Igreja de Santa Rita para conhecer o baião que fala sobre Os Sertões. Ao final da canção, o público é convidado a olhar para a orla, onde um barco passa com violeiros que tocam a moda de viola que narra às aventuras de Euclides da Cunha na Amazônia. Mais adiante, no próprio gramado da Santa Rita, o espetáculo culmina em uma grande roda de ciranda, representação tradicional do imaginário popular brasileiro.


Todas as canções fazem referência direta ou indireta a textos do próprio Euclides da Cunha ou a acontecimentos de sua vida, por exemplo: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte”, nos versos 1 e 2.Cantos de Euclides é uma realização do Coletivo Teatral Sala Preta, com direção artística assinada pelos integrantes Bianco Marques, Danilo Nardelli e Rafael Crooz e direção de produção de Marcelo Bravo. A produtora carioca Caraminholas assina a co-produção.


Diversos grupos artísticos da Região Sul Fluminense participam com percussão, interpretação, coral e quarteto de cordas.Entre as participações : Grupo de Estudo de Percussão do ECFA, Grupo As Bastianas, Projeto Música nas Escolas de Barra Mansa, além dos atores: Thiago Delleprane, que interpreta Euclides da Cunha, Luana Dhickman, Suzana Zana, Luana Dieckman, Marinêz Fernandes , Lúcio Roriz, Aline Mara, Clarissa Anastácio, Diane Tavares, Elisa Carvalho,Jessica Zelma e Lucas Fagundes.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Poeminha sem vergonha

LOV – doze zero meia,
Passa o carro apressado.

A chuva não para.
O trânsito chia.

Mas, ai, que irônico!

É a ausência da letra
Que embaça o vidro
No ônibus...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Um espaço para desabafo

Vocês sabem que eu fiz este blog para ser um laboratório de textos e um espaço para divulgar meus trabalhos – não um diário. No entanto, abro uma exceção (e também para responder ao R. Bandeira) para falar sobre os rumos do projeto Quatro Cantos de Euclides, que vem rendendo um misto de entusiasmo com frustração.
Entusiasmo por acreditar no livro como obra de arte e como produto cultural. Por ver que grupos inteiros de músicos e de atores dedicam amor e tempo nos ensaios para o espetáculo. Ao receber as amostras das ilustrações revolucionárias do Miguel. Ao ver o entusiasmo de alguns professores universitários e de parceiros conhecidos e desconhecidos...
Frustração pela falta de visão dos empresários, que podem investir na idéia sem pagar um tostão e que, por pura má vontade, nem se dão ao trabalho de ler uma proposta. Por constatar que a educação, a leitura, a cultura e a memória do país ficam sempre em último lugar.
Mas, vendo os fatos com olhos também mesquinhos, até entendo o motivo para esta jogada de escanteio. Falar de Euclides da Cunha é estimular a visão crítica, é reconhecer que os textos de mais de 100 anos atrás continuam atuais, que crescemos apenas nas aparências, que continuamos vivendo nos sertões, onde homem explora homem, onde os recursos naturais são vendidos por bananas...
Bueno, logo a Flip chega. Dia 03 de julho, depois de todas as mesas, acredito eu que lá pelas 20 horas os tambores começam seu espetáculo pelas ruas da cidade. Conto com vocês lá!
Não sei se vai dar para lançar o livro também durante a Flip. Ainda conto com um patrocínio de última hora, ou com um orçamento de gráfica mais brando... Se alguns de vocês, leitores deste blog, conhecerem empresários que possam patrocinar um projeto aprovado na lei Rouanet, por favor, gritem!
Como aperitivo, posto aqui a Canção III, a moda de viola, que fala sobre a viagem que Euclides fez a Amazônia.

As saudades escorrem
Como a borracha
Sai da seringueira.

Amazonas, veja entrar,
Os intrusos
No salão.
Se não tem muros,
Sua prisão
O que é que prende
Aqueles que vivem
Da escravidão?