segunda-feira, 27 de abril de 2009

apatia

o primeiro a
resolve ficAr
mAis Alto.

pArtem-se
As tirAs
em LEntA
GRItARIA.

Só fALtA
um úLtimo A
pARA, fInALmEntE,
dEspontAR A
ALEGRIA.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Construção de musa

Eu costumo agrupar meus poemas por fases, delimitadas por estilo ou tema. No ano de 2006 e início de 2007, passei por um período de criação que chamei de “construção de musa”. São poemas de verso e métrica livres, que procuram formar com palavras uma musa imaginária. Reproduzo aqui dois deles, que também estavam escondidos na velha pasta...

Poema da Lembrança

Um poema, quero tanto
Dançar mais um pouco
E não deixar pra trás
Seu rastro de noite.

E em cada esquina
Procuro flores desconhecidas
Pedaços de lembranças
Com fios invisíveis costurados...

Assim crio você
Na minha esperança de papel,
Nas palavras que desejo carne
Nos versos que quero seus.

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Olhos de sandias visto

Olhos de sandias visto
Na metade do sonho,
Enquanto reais aquarelas
Pintam novas cortinas
De cheiro pungente ao sabor
Da primavera.

E na ligeira face vermelha
Que se espraia entre dunas,
Cavernas e areia de branca seiva,
Palavras cultivam adocicadas
Melancias de sorrisos
Feitas.

E, mais abaixo,
Onde se esvai como saliva, o sono,
Encontro ainda outros caminhos cultivados
Que me despertam muito mais poesia,
Febre e fome.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Mais uma da pasta... Quadrinhas

Sentir é saber
Que tudo que se sabe
Nada sente
Por você

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Deus é palavra
Que cria o homem
Com o barro
Do nome

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Mais certo seria
Errar a tentativa
Que acertar
O erro

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A razão
Contém o tempo
No espaço infinito
Do pensamento

terça-feira, 14 de abril de 2009

A velha pasta no fundo do armário...

E o poema volta, sempre, no papel. Digo isso pq, depois da morte do meu HD, pensei que nunca mais veria meus velhos poemas, perdidos para sempre. Mas não é que uma arrumação no quarto pode mudar tudo? Encontrei uma pasta – velhinha – com muitos dos meus poemas mais antigos. A invenção de Gutemberg salvou minha memória...
Aos poucos vou postando algumas coisas das antigas por aqui. Palavras do início da minha poesia, antes de entrar na casa dos 20. Algumas do século passado! Esta é uma delas...

Poesia inacabada

Uma poesia inacabada
Procuro no meio dos papéis
Como que querendo completar
A parte que me falta

Uma poesia inacabada
Está dormindo solitária
Entre outras folhas mortas,
Desejando transformar-se em idéia,
Em sonho.

Mas se são todas elas
Sem início e sem final
Mesmo que pontuadas e finitas...

Inacabados somos nós,
Assim como as poesias,
Assim como os sonhos,
Tudo, tudo.