segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Entre Parênteses

(Um Parêntese apaixonou-se...

... Pelo outro, que estava longe)

(Da linha de cima...

... Espiava a de baixo)

(Na esquerda da página...

... Paquerava o fim da margem)


Segredinho: ( é triste o amor distante)
Outro segredo : (são as palavras que separam os amantes)

Um dia, o Parêntese de cima...

... Fugiu de sua linha)

O Parêntese de baixo...

... Perdeu a serventia.

Veio o Ponto final.
Para onde foram os Parênteses?

A Vírgula disse que não viu nada,
O Ponto disse que nada viu.
Só os Dois Pontos cochicharam para o Travessão:
_
Quando perguntamos onde estiveram
Um dos danadinhos sorriu

: )

10 comentários:

Unknown disse...

Parênteses safadinhos, rsrs. Bem bacana.

Elaine disse...

Me sinto lisonjeada em ser amiga de um artista, de está tão próxima, acompanhar seu processo criativo e ser a primeira a ler o "produto" saindo fresquinho.
Parabéns
Beijão

Leonardo Martins de Araújo disse...

Essa obra dos parênteses me inspirou, achei um barato! Gostei muito mesmo! E achei excelente você ter montado seu laboratório.
Abraços
Léo

Gabriel Vitorino disse...

Essa é a melhor poesia que leio em muito tempo.

Anônimo disse...

Caracas...esse é meu cunhado...rsrsrs

Anônimo disse...

Meu cunhado é d+...

Anônimo disse...

EU TAMBÉM ACHO TRISTE AMAR DE LONGE...

Anônimo disse...

Caro Thiago, caí por acaso no seu Blog e fiquei impressionado com o tamanho da sua poesia. Invista mais no seu marketing pessoal a fim de que a grande midia possa descobrí-lo.
Um abraço.

Thiago Cascabulho disse...

Muito obrigado, anônimo. Obrigado pelo incentivo... No que diz respeito ao marketing pessoal - no campo específico da poesia - sinceramente não sei como investir. Se tiver alguma dica, por favor, compartilhe! Abraço!

Anônimo disse...

(engavetado de 2006)homenageando as gavetas. as pastas nos fundos dos armários. também aqui, uma homenagem ao que se encontra e que se guarda. por carinho ao que já foi.
um beijo Parabéns!
"acompanho as curvas da tua estrada. da volta. essa volta ensaiada. desejada (?). talvez não entenda nada. talvez tema, força do hábito. talvez lembre dele dizendo que há palavras que nos beijam. uma voz rouca, quem sabe um frio a te acompanhar. um velho som português será trilha. é tempo de silêncio. de arrastar os móveis da sala. escutar o que não se diz. olhar as flores da cerejeira inexistente. procurar em todos os cômodos a razão do vazio. presença muda espalhada pelos cantos. por todos os cantos. no canto da boca. espremida.o sono vencido, vencendo a madrugada. já não sei quem é dono das palavras. depois de um tempo fica tudo tão misturado. e as palavras possíveis são sempre tão curtas e tão raras. apertando os olhos, raro é só o que se vê. posso te dizer que não choveu na tua ausência. o céu pesou, ensaiou um tango. mas sevilha era aqui. e o bafo quente ficou na cidade. tudo parado. a tua espera (?) . não sei dizer. por dentro forjei mortes. o cão que ganhava a batalha era sempre aquele que eu alimentava com mais frequência. quantas lutei? outra pergunta sem resposta. como o quadro da mulher nua na parede em frente a cama. ela é muda. mas guarda nas costas um dó sustenido. volto a sala. da casa que você não conhece. estavas lá. pelos fios que separam.estavas na sala onde nunca fostes. e lá dizias. diz, ainda. rediviva na memória. -não. e voltamos ao começo de tudo. onde o medo era um hábito. e os fios que pareciam unir, separavam. e os gritos diziam outra coisa. diferente do que diziam. há qualquer coisa aberta. e esta carta não é uma carta, é só uma lembrança. ou será uma placa? pode ser também um grito. ou uma esperança vã. de que qualquer um de nós responda. quem de nós? quem responderá a pergunta suspensa nos ombros. quantos são os ombros que sustentam a pergunta? que faremos com isso. com tudo isso. onde se põe? e o que temos feito do amor?"
VFS