Entusiasmo por acreditar no livro como obra de arte e como produto cultural. Por ver que grupos inteiros de músicos e de atores dedicam amor e tempo nos ensaios para o espetáculo. Ao receber as amostras das ilustrações revolucionárias do Miguel. Ao ver o entusiasmo de alguns professores universitários e de parceiros conhecidos e desconhecidos...
Frustração pela falta de visão dos empresários, que podem investir na idéia sem pagar um tostão e que, por pura má vontade, nem se dão ao trabalho de ler uma proposta. Por constatar que a educação, a leitura, a cultura e a memória do país ficam sempre em último lugar.
Mas, vendo os fatos com olhos também mesquinhos, até entendo o motivo para esta jogada de escanteio. Falar de Euclides da Cunha é estimular a visão crítica, é reconhecer que os textos de mais de 100 anos atrás continuam atuais, que crescemos apenas nas aparências, que continuamos vivendo nos sertões, onde homem explora homem, onde os recursos naturais são vendidos por bananas...
Bueno, logo a Flip chega. Dia 03 de julho, depois de todas as mesas, acredito eu que lá pelas 20 horas os tambores começam seu espetáculo pelas ruas da cidade. Conto com vocês lá!
Não sei se vai dar para lançar o livro também durante a Flip. Ainda conto com um patrocínio de última hora, ou com um orçamento de gráfica mais brando... Se alguns de vocês, leitores deste blog, conhecerem empresários que possam patrocinar um projeto aprovado na lei Rouanet, por favor, gritem!
Como aperitivo, posto aqui a Canção III, a moda de viola, que fala sobre a viagem que Euclides fez a Amazônia.
Segue o rumo do norte
Não é culpa da sorte
Se sente sozinho...
Quantas folhas na mata
Emolduram as águas
Que levam o caminho?
Caso o barco encalhe
Caminha e repara:
É verde a palmeira.
Não é culpa da sorte
Se sente sozinho...
Quantas folhas na mata
Emolduram as águas
Que levam o caminho?
Caso o barco encalhe
Caminha e repara:
É verde a palmeira.
As saudades escorrem
Como a borracha
Sai da seringueira.
Amazonas, veja entrar,
Os intrusos
No salão.
Se não tem muros,
Sua prisão
O que é que prende
Aqueles que vivem
Da escravidão?
Como a borracha
Sai da seringueira.
Amazonas, veja entrar,
Os intrusos
No salão.
Se não tem muros,
Sua prisão
O que é que prende
Aqueles que vivem
Da escravidão?
7 comentários:
Queridíssímo poeta, não deixe que as mazelas tirem o brilho deste seu lindo sorriso! Te aquiete. Vc tem a nós, tem o Chico e sua música e tenho certeza, muito mais. As coisas pequenas do mundo são pra pessoas deste mesmo tamanho. Beijo. Do seu tamanho.
F. de Mello
Ah, ia esquecendo. Esta montagem deve ficar linda!!! Estamos torcendo pelo sucesso que certamente será. A Flip é tudo e Euclides fará a diferença. Quanto ao livro, não perca a fé.
Caro Poeta, o Brasil é difícil. São difíceis as pessoas, é difícil fazer florescer um ideal. Desiste não. Acredite no talento e na inspiração.Confie na escrita e no seu coração. Nada melhor que alguma adversidade para dar-se mais valor a qualquer conquista.
Andorinha, Fantasminha, Julieta e demais amigos. Saudades. Beijo a todos.
R. Bandeira.
Obs: Achei linda a letra da canção.
Poeta, procurei sobre o espetáculo na internet e encontrei os ensaios no youtube. Parabéns para toda a equipe! Vc tem que divulgar isso! Para adiantar, divulgo eu!
http://www.youtube.com/watch?v=7jB4c-fgxiA
http://www.youtube.com/watch?v=4MaAzymvzWk&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=lsV_0iwwvVA&feature=related
Beijossssssss alados
Andorinha
Obrigado! Andorinha, muito bem lembrado! Vejam os vídeos!
Conto com a divulgação de vcs e dos outros leitores deste blog!
Até a Flip!
Grande Andorinha! Só mesmoquem voa alto e rápido é capaz de ser tão esperta.
Poeta, graças à indicação da nossa amiga eu ví ps ensaios. Está ótimo. Parabéns e SUCESSO.
Beijos a todos.
R. Bandeira.
Obs - Mozart disse:"Nem um alto grau de inteligência, nem inspiração ou ambos juntos são capazes de fazer um genio. Amor, amor, amor, essa é a alma de um gênio."
caríssimo, entra em contato e diz o que vc precisa. penso em meia dúzia de antigos clientes que podem te ajudar. inclusive com grana se for o caso. beijos vivian
Prezado Thiago,
Segue comentário, ampliado, que deixei no Blog "Toda Palavra", de Luiz A. Erthal, a respeito da inexistência de obras euclidianas nas prateleiras das livrarias, além de raríssimas novidades de lançamentos afins em contrapartida à enxurrada havida em 2008 no centenário de falecimento de Machado de Assis.
Sou Felipe Pereira Rissato, pesquisador sobre Euclides da Cunha há 19 anos e há cinco venho desenvolvendo uma pesquisa icono-bibliográfica visando reunir em uma única publicação o máximo de fotografias do escritor e de seus parentes mais próximos (filhos, pais, avós e netos) indicando, além das peculiaridades de cada fotografia (local, data, fotógrafo, etc.), onde cada uma delas foi publicada pela primeira vez ou seu eventual ineditismo.
Somente de Euclides já arrolei 43 fotografias diferentes dele vivo, chegando a um total de 63, contando duplicatas mas com dedicatórias distintas. Outra meia centena de fotografias que complementam as pesquisas são de seus parentes.
Porém, mesmo com o “empurrão” que poderia ser dado com o centenário de falecimento de Euclides da Cunha em 2009, ano em que, justamente por isso, desejaria ver minha pesquisa publicada, recebi resposta negativa de várias editoras.
Cheguei, inclusive, a ter o projeto de publicação do livro aprovado em uma lei municipal de incentivo à cultura, aqui em Belém/PA, a qual permitia a captação de até R$ 20 mil, com isenção de 20% na cobrança do IPTU e ISSQN da(s) empresa(s) patrocinadora(s), mas, nas dezenas de tentativas que tive com o míope mercado empresarial de Belém não consegui captar R$ 1 e o tempo para captação de recursos expirou.
Você Thiago, disse bem, os empresários podem investir sem pagar um tostão! No meu caso, dentro dos 20% devidos ao imposto, tudo o que fosse destinado ao projeto seria descontado do imposto, do contrário, o imposto seria pago integralmente, ou seja, patrocinando ou não o desembolso do empresário seria o mesmo. Teve um que disse-me o seguinte: "A nossa verba para mídia já está planejada..." sequer tive ânimo para retrucar: "não estamos falando de mídia, mas sim de imposto, o que for dado em patrocínio, não irá, em contrapartida, ao imposto"...
É falta de visão mesmo. Podem posar de mecenas, sem o ser, e nem isso querem.
Sei que a publicação ainda este ano é muito remota, sobretudo por ser um livro iconográfico, mas não desistirei, sobretudo pela opinião de pessoas amigas que julgam o trabalho digno de ser publicado, como o Sr. Joel Bicalho Tostes, viúvo de uma das netas de Euclides da Cunha, com quem me correspondo há 10 anos e o Sr. Paulo Roberto Pereira, que está organizando a nova edição da Obra Completa de Euclides.
A propósito, de 2005 para cá descobri quase uma dezena artigos de Euclides que até o momento nunca foram reunidos em livro, mais de uma dezena de cartas - umas somente publicadas em jornais e outras totalmente inéditas, além de poesias também, como uma de apenas uma estrofe, publicada na revista Fon-Fon, sendo que não há nas bibliografias de Euclides, qualquer referência á sua colaboração nesta revista. O mesmo se dá com um artigo publicado no Estadão em 1893, sendo que também não há (ou havia) referência alguma à artigos de Euclides publicados em 1893.
Felizmente, todos estes novos achados farão parte da nova edição da Obra Completa, consolidando ainda mais os textos euclidianos nela contidos.
Voltando a falar de minha pesquisa iconográfica, farei uma breve explanação durante a Semana Euclidiana e também no Seminário Internacional “100 Anos sem Euclides”.
Peço desculpas pelo desabafo.
Um Abraço Cordial,
Felipe Pereira Rissato.
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