sexta-feira, 15 de maio de 2009

Soneto para a Vampira Clarimonde

“Vous me demandez, frère, si j’ai aimé ; oui.
C’est une histoire singulière et terrible…”

“Você me pergunta, irmão, se amei; sim.
É uma história singular e terrível...”
La morte amoureuse
Théophile Gautier (1836)
Nego-me a existência, Clarimonde,
E desfio o cotidiano com apatia,
Levando-te sonâmbulo dia-a-dia
Sob os olhos na insônia afogados.

Se é por ti toda fé que em mim havia,
Dar-te-ia sem receio, o braço,
Para o sangue transformar-se em pasto
Desta boca que explora vidas.

Seguiriam por teu colo enluarado
As fremidas noites de orgia
Que a lembrança já me faz cansado.

De tua pele eu faria meu sudário,
Remetendo toda morte à alegria
E a santa eternidade ao caralho.

15 comentários:

Anônimo disse...

Lindo Poeta,
Sinto suas palavras daqui do Planalto Central levantando toda essa imensidão poeirenta. Que força! E que diversidade poética! Nesta última notei um que Q de Bocage ; ) Parabéns também por seu “Chorinho para Eurídice” e “Entre Parênteses”, que amei.
Confesso que foi a tua Fantasminha de Mello que me encorajou a remeter este comentário. Faz tempo que te espio virtualmente. Aliás, seu blog tá muito melhor que novela! Fantasminha, não suma, por favor! Quero participar deste bacanal poético com vcs!
Beijosss
Andorinha Meireles

Thiago Cascabulho disse...

ahuahuhaua Parece que a moda dos anônimos pegou :) Bom, Andorinha Meireles, pode entrar que o blog é seu. Obrigado pelo incentivo! Ter um Q de Bocage é uma honra!No entanto, se vc acompanha mesmo esse blog, já sabe que tem que pagar uma taxa para o anonimato...
Até lá

Obs: Fantasminha, viu o q vc tá fazendo com meu blog? Esse "bacanal" é seu também! :)

Anônimo disse...

Genteee!!!!
Que delíiicia!!! Desculpe, poeta mas não tem como não falar...
A-do-rei o bacanal poético, a-do-rei a Vampira Clarimonde, a-do-rei esta Andorinha...
Bj Bj
F. de Mello

Anônimo disse...

Ai, que bom, estamos na mesma sintonia :p Poeta, aí vai seu pagamento...

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste :
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
– não sei, não sei.
Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
– mais nada.
Cecília M.

Espero mais poemas para mais e mais encontros deliciosos. Beijos para os dois! A. Meireles

Thiago Cascabulho disse...

Este poema da Cecília é lindo! Uma das melhores definições do estar poético.
Ah, me lembrei que uma vez fiz uma musica que fala sobre uma Andorinha:

"Vá ligeira companheira,
Fico em seu lugar!
Vá sem medo, o segredo
É saber voltar..."

Então é isso, volte sempre. O mesmo vale para a nossa querida alma penada mineira (segundo as deduções do R. Bandeira):)

Anônimo disse...

Fiquei com ciúmes! Também quero poema. Enquanto o meu não vem, mando uma pequena homenagem:

De longe te hei de amar
Da tranquila distância em que
O amor é saudade
E o desejo constância.
Cecília Meireles

Beijos mineiros aos dois.
F. de Mello

Anônimo disse...

Esse poema dói fundo! Quem nunca sentiu algo assim?
Vc só esqueceu de dizer quem vc quer homenagear :)
Poeta, faz logo um poema pra ela, ou ela pode puxar a sua perna de noite haha
Beijossssssss
Andorinha

Anônimo disse...

Poeta, fica com medo, não... eu jamais puxaria tua perna, viu?!
Andorinha, a homenagem é pra todos os apaixonados e em especial aqueles que precisam amar em segredo...
Bj Bj
F. de Mello

Anônimo disse...

É Poeta, parece que o movimento anda crescendo no blog. Isto é ótimo! Que bom que a Fantasminha Mineira voltou, eu ficaria triste sem ela. Por sinal, será que seu nome rima com menina?
Beijos a todos.
R. Bandeira

Thiago Cascabulho disse...

Movimento inspirador, R. Bandeira! E poesia pede movimento. Estou até com vontade de produzir mais conteúdo para o blog... Veremos no que vai dar.
Andorinha: não tenho mais medo de fantasmas, só de E.T., ou coisas similares.
Fantasminha: acredite em mim, amar em segredo cria espinhos.
R. Bandeira (ou seria Sherlok ?): O seu nome rima com cedro?
Até a próxima

Anônimo disse...

Caro, Poeta. Desta vez Vc foi Sherlok. Realmente. Cria espinhos. E eles machucam tanto!!!
Desculpe-me, sua Fantasminha hoje não está benta, não. Bj

F. Bandeira

Thiago Cascabulho disse...

Opa! Essa eu nao entendi????
É F. de Mello ou R. Bandeira...
F. Bandeira é nova!!!!
Será que R. Bandeira e F de Mello são a mesma pessoa? Caros leitores, vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos...

Anônimo disse...

Ato falho. Acho que me empolguei demais com a fala poética de R. Bandeira. Já te disse. Hoje não estou uma Brastemp...
Agora, sim. F. de Mello

Anônimo disse...

Meu nome, poeta, não rima com cedro, cedro é madeira nobre, eu sou um gravetinho de nada, de muito pequeno valor.
R. Bandeira.

Leonardo Araújo disse...

Thiago, este é mais um poema com a sua marca inconfundível, de estética e surpresa. Gosto deste poema desde quando o ouvi pela primeira vez, em um estacionamento de Copacabana.

Abs
Léo