Eu costumo agrupar meus poemas por fases, delimitadas por estilo ou tema. No ano de 2006 e início de 2007, passei por um período de criação que chamei de “construção de musa”. São poemas de verso e métrica livres, que procuram formar com palavras uma musa imaginária. Reproduzo aqui dois deles, que também estavam escondidos na velha pasta...
Poema da Lembrança
Um poema, quero tanto
Dançar mais um pouco
E não deixar pra trás
Seu rastro de noite.
E em cada esquina
Procuro flores desconhecidas
Pedaços de lembranças
Com fios invisíveis costurados...
Assim crio você
Na minha esperança de papel,
Nas palavras que desejo carne
Nos versos que quero seus.
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Olhos de sandias visto
Olhos de sandias visto
Na metade do sonho,
Enquanto reais aquarelas
Pintam novas cortinas
De cheiro pungente ao sabor
Da primavera.
E na ligeira face vermelha
Que se espraia entre dunas,
Cavernas e areia de branca seiva,
Palavras cultivam adocicadas
Melancias de sorrisos
Feitas.
E, mais abaixo,
Onde se esvai como saliva, o sono,
Encontro ainda outros caminhos cultivados
Que me despertam muito mais poesia,
Febre e fome.
3 comentários:
Olá, não sabia que também estava por aqui. Adorei os poemas.
Ah, sou a Bia, prima do André, rs.
Um abraço.
Olá Bia! Vou aproveitar e bisbilhotar os seus blogs também! Bjs!
inevitável o riso no canto da boca. qualquer coisa de ontem a suspender os corpos na avenida. poema da lembrança é qualquer matéria de memória. boa. um beijo
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