segunda-feira, 16 de março de 2009

Equilíbrio

Equilibram-se os corpos
Em constante tentativa,
Desnudos, ébrios de poesia,
Aliviados da pequena morte.

Tudo é breve pulsão à vida
Pendular de vibrante sorte,
Que perdura ao estrelar de dia
A boemia que divaga a noite.

Pouco importa a metáfora
Que no sonho da palavra embarca
Suplicante, pelo horizonte da nuca.

Liquefaz-se em abraço morno
O sussurro que sugere ao sono
Um abrigado porto de ternura.

4 comentários:

Anônimo disse...

Achei esse poema muito maduro pra um cara de aparencia tão jovem. Será que vc já compilou alguns poemas em uma ameaça ede livro e saiu em busca de um editor com sensibilidade?

Thiago Cascabulho disse...

Ainda nao fiz isso por nao ter uma quantidade boa de poemas publicáveis na mesma linha. Gostaria de sentir uma unidade no caso de publicar meu primeiro livro de poemas.
Abraço e volte sempre por aqui!

Anônimo disse...

Caro Thiago,
Geralmente aos grandes e bons poetas, a tristeza é o mais forte sentimento para escrever algo tão profundo. Não sei se foi esta sua real motivação, mas que és um poeta sensacional isso és!
Parabéns!!!

Thiago Cascabulho disse...

Engraçado que neste caso específico foi justamente o contrario: desvairada euforia. Mas, hoje, distante do tempo da produção e analisando o poema com calma, posso sentir a melancolia nas entrelinhas... Meu professor de Teoria da Literatura diz que é comum aos poetas uma certa capacidade de prever o futuro, de antever os sentimentos que estão na fila de espera.
De qualquer forma, acho que não existe alegria 100% garantida ou tristeza que não possa terminar... Deve ser por isso que conseguimos sentir a tristeza em um samba aparentemente alegre ou a esperança em um ou outro fado português... Isso é papo para muitas mesas! Volte sempre!