segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um defunto inusitado

Meu HD morreu ontem. Ele foi colocado em uma caixinha velha de papelão e enterrado em outra caixa – também de papelão – entre entulhos há tanto esquecidos. Como você pode notar, o funeral não foi grande coisa.
Levou consigo uma infinidade de arquivos tolos, poemas, textos avulsos, rascunhos de cartas, projetos, histórias por acabar, uma tonelada de MP3 e fotos, muitas fotos. Deixou herança miúda... Uma pensãozinha salafrária, e só.
O mais interessante disso tudo - e é o que vale esta crônica – foi a minha total indiferença. Mais de 10 anos de vida digital jogados no armário de vassouras e... Nada. Até arrisco a confissão de uma pontada de alegria.
Você, que é otimista, pode até dizer que essa alegria vem da vontade de viver, de trocar o passado apagado pelo futuro a construir. Afinal, não existe troca melhor, né verdade? Já para o pessimista... Bem, o pessimista vai apostar que esta alegria vem da vontade mórbida por anulação. É o prazer que vem no deixar-de-ser.
Eu sinceramente não sei para que lado a moeda vai virar, e ponto. (final?)

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu tenho certeza que a alegria vem deste sorriso lindo!!! Parabéns pelo texto. Bj